Hoje à tarde, dia 30 de janeiro, às 18 horas, o Grande Auditório da Gulbenkian apresenta mais um espetáculo no âmbito da sua parceria com a New York Metropolitan Opera. Desta feita é a «Turandot», de que falávamos aqui mesmo há alguns dias atrás, quando abordámos sucintamente o percurso biográfico de Giacomo Puccini.
Nessa altura dissemos ter sido esta a última obra do compositor, que a deixou inacabada ao morrer. Razão para ter sido concluída por Franco Alfano.
Nesta versão temos o berlusconiano Zefirelli a assinar a encenação e um conjunto de intérpretes em que se destacam Nina Stemme no papel principal, coadjuvada por Marco Berti (Calaf), Alexander Tsymbalyuk (Timur) e Anita Hartig (Liú).
O libreto de Giuseppe Adami e Renato Simoni tentou ser tão fiel quanto possível à peça homónima de Carlo Gozzi. Nele conta-se como, assemelhando-se a Shariar em «As Mil e uma Noites», Turandot é a filha do imperador da China, que exerce uma vindicta cruel contra os homens como vingança por ter visto uma antecessora, a princesa Lo-u-ling, sequestrada e morta por um príncipe conquistador.
Muito bela, recebe frequentes propostas de casamento, mas os pretendentes são sempre confrontados com este dilema: ou respondem a três enigmas por ela colocados e desposam-na ou são executados a seu mando.
A prova de que muitos arriscam vemo-la logo no início do primeiro ato, quando se prepara a execução do Príncipe da Pérsia, que falhara na prova a que aceitara sujeitar-se.
Apesar da tentativa dos amigos em dissuadirem-no de candidatar-se, Calaf, o filho do antigo rei da Tartária, arrisca-se e responde acertadamente às três perguntas de Turandot:
- O que nasce todas as noites e morre todas as madrugadas?
- é a Esperança!
- O que cintila vermelho e quente como uma chama, e contudo não é uma chama?
- é o Sangue!
- O que é como o gelo, mas queima?
- é Turandot!
Ao ver-se derrotada. Turandot tenta negar o prémio a Calaf, mas instada pelo pai, aceita-lhe a contraproposta: se adivinhar qual o seu nome até ao nascer do dia, ele entrega-lhe a vida.
Ganha, então, importância a jovem Liu, que cuidava de Timur, pai de Calaf e se apaixonara, entretanto, pelo principe ao ponto de se suicidar para não o trair quando torturada a mando de Turandot.
Calaf força a nota e beija impetuosamente a princesa que desperta para emoções desconhecidas e exuberantes, de que não mais quererá prescindir.
Apesar dos dramas de permeio, a história acaba num happy end reconfortante.
A versão aqui apresentada é a de 2009 no mesmo teatro novaiorquino e está dividida em cinco partes.
Sem comentários:
Enviar um comentário