Com «Madame Butterfly» Puccini retomou o lirismo mais convencional, o que se traduziu num inesperado fracasso para o compositor: em 1904 o público considerou-o uma revisitação de «La Bohème» transposta para o cenário exótico do Extremo Oriente. E, no entanto, Puccini considerou-a a mais moderna das suas obras, devido à personalidade harmónica, ao efeito de «parlando» generalizado e à recusa à concessão dos momentos fortes que permitiriam a demonstração das capacidades dos cantores. Ademais, Puccini via na personagem da gueixa abandonada a melhor expressão do que ele entendia como uma «criatura de sonho».
Explica-se assim o esplêndido lirismo, que a orquestra exprime com eloquência através da rica diversidade das ideias melódicas: o duo do primeiro ato é, por muitos, considerado a obra-prima de Puccini.
Conclui-se, então, o ciclo das óperas populares, que deram prestígio a Puccini em todos os continentes.
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