terça-feira, outubro 10, 2023

A Singularidade posta em causa

 

Sabemos ainda pouquíssimo sobre o início do nosso Universo. Os dados com que contamos são insuficientes.

Em Heidelberga, no Instituto Max Planck, procura-se compreender como é que se formam os buracos negros, se posicionam no centro das galáxias e daí evoluem. Donde vem tal energia e como se estrutura? Ou, olhando para o universo em expansão, o que há para lá desse espaço para onde o nosso universo se amplia?

Nadine Neumayer reconhece que a Teoria do Big Bang é a que dá respostas mais coerentes para essas questões. Mas teorias alternativas competem com ela, mormente a do epiciclo, que defende vir a existir um retraimento subsequente a essa expansão para ocorrer depois um novo Bang.

O muro onde todas as teorias sobre a origem do universo esbarram é na Singularidade, o momento em que tudo teve início. Porque não se sabe donde surgiu, nem mesmo se chegou a existir. Há quem ponha em causa a criação do espaço e do tempo a partir desse suposto início. E que o nosso universo terá surgido a partir de um buraco negro.

No universo todas as galáxias e supergaláxias conhecidas têm um buraco negro, mais ou menos centrado na sua extensão, como se dele constituíssem uma espécie de ADN. Foram identificados mais de 25000 buracos negros e os novos telescópios, mais potentes, abrem a expetativa de se conhecerem muitos mais. E com os já conhecidos criou-se o Google Maps dos buracos negros, que só abrange 4% do céu do Hemisfério Norte atualmente ao nosso alcance.

Será que a matéria e a energia engolidas pelo buraco negro terão sido comprimidas numa espécie de grão semelhante ao proposto pela Singularidade com o espaço e o tempo comprimidos até à total estagnação? O debate nos círculos internacionais da Astrofísica está aceso e mantém-se inconclusivo.

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