As ilhas Seychelles foram das mais paradisíacas, que conheci. As tartarugas gigantes a passearem-se pelas ruas de Victoria ou as praias de Praslin, que mais apeteceram frequentar, deram-me a convicção de estar num dos cenários de eleição para utopicamente passar os anos de reformado. Tanto mais que ali estive quando o governo era um dos mais progressistas do continente africano.
Só mais de trinta anos passados sobre ali ter estado é que me chegou ao conhecimento a importância de Antoine Abel como fundador da literatura do seu país. Nos seus poemas, contos e romances denunciam-se os crimes da colonização, quer francesa, quer inglesa, que tinham recorrido fartamente à escravatura. E, ecologista premonitório, ele pôs a decana das suas tartarugas a contar a história de uma nação, que só ascendera à independência em 1976 e com tanto para fazer depois da destruição dos ecossistemas ali perpetrados pelos que tinham personificado o instinto predador dos exploradores sem escrúpulos.
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