quarta-feira, fevereiro 15, 2023

Reminiscências dos tempos marítimos

 

Um documentário sobre o naufrágio do petroleiro Haven na costa da Ligúria em 13 de abril de 1991 suscitou o interesse de reencontrar momentos do passado marítimo, quando furacões ou sinistros a bordo me deram noção da probabilidade de me acontecer algo de definitivo num dos muitos navios em que naveguei em quase todos os oceanos (faltou-me o Antártico) durante vinte e quatro anos.

Felizmente tal não sucedeu apesar dos incêndios a bordo (com ou sem explosões) ou das inesquecíveis memórias de ver as proas afundarem-se nas ondas e, lentamente, as vencerem até ficarem novamente emersas. Nas costas do Adamastor, no Cabo Horn, no Atlântico Norte ou nas monções do Índico foram muitas as situações em que comparei a relativa segurança em que navegávamos nos nossos cascos metálicos em comparação com as cascas de noz de madeira dos antigos navegadores. E, feito o balanço, à distância de duas dúzias de anos entretanto passados desde que me sedentarizei, só posso considerar-me afortunado por nada de irreversível ter sucedido até aqui.

Quanto ao filme em si fica a curiosidade de dar conta das condições excecionais, que limitaram o desastre ambiental causado no Tirreno, e transformaram os seus destroços numa estimulante aventura para quem pratica mergulho. 

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