Vermeer no cinema: ainda está para vir filme mais inspirado na sua existência e/ou obra, que «Rapariga com Brinco de Pérola», que Peter Webber realizou há quase vinte anos revelando a então quase desconhecida Scarlett Johansson. Vê-lo implicou a vontade de ver o quadro ao vivo logo na primeira vez que fomos a Haia.
Sobre a história do falsificador Han van Meegeren confesso que o interesse sempre foi bem menor: lembro-me de um documentário curioso em que se revelavam as circunstâncias da sua prisão e desmascaramento, quando se vira acusado de cumplicidade com o nazismo e tinha o pelotão de execução quase na calha para o passar pelas armas. Mas remeti o caso para a prateleira das curiosidades.
O filme de Dan Friedkin nada acrescenta ao que já dele sabia e a escolha da ficção não altera esse veredito: focalizado na pessoa do capitão holandês Joseph Piller, que se envolvera no caso, segue os trâmites usuais do telefilme levando a história até ao limite em que os personagens tendem a cair para um lado mais sombrio e acabam salvos de si e dos outros no último momento. “O Último Vermeer” é assim coisa que facilmente se esquece. Deixando em aberto a verdadeira natureza do pouco escrupuloso falsificador.
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