segunda-feira, fevereiro 14, 2022

Quando Cary Grant transitou das comédias para o universo de Hitchcock

 

Foram muitas as comédias medíocres rodadas por Cary Grant entre 1932 e 1935 depois de assinar contrato com os estúdios Paramount. Mesmo nalgumas contando com parceiras como Mae West ou Marlene Dietrich.  Foram anos de tarimba para o sucesso, que adviria de «Sylvia Scarlett» (1935), o filme emparceirado com Katherine Hepburn, sob a direção de George Cukor.

Muito embora o sucesso comercial tenha sido mitigado - confirmando o veredito dos que consideravam a atriz incompatível com o interesse financeiro dos tycoons de Hollywood -, Cary Grant revelou o potencial nop papel de um machão com sotaque delicioso. A cooperação com Hepburn prosseguiria nos anos seguintes com «Bringing Up Baby»  e «Holiday», ambos em 1938, e «The Philadelphia Story» (1940).

Foi nesse período que o pai morreu de cirrose e descobriu a mãe ainda viva, internada num asilo para alienados desde 1915, porque o marido se enfadara com a alegação de ouvir vozes. Embora a explicação para a suposta rejeição maternal surgisse como natural, as relações dele com as mulheres continuaram a ser marcada pela exagerada tensão, que tornava breves os namoros e casamentos.

Foi Hitchcock quem suspeitou do seu talento para papéis diferentes dos das comédias assinadas por Hawks, McCarey ou Cukor. No fundo, sendo ambos oriundos de famílias pobres e britânicas, não faltavam motivos para se tornarem cúmplices nuns quantos projetos cinematográficos. O primeiro foi «Suspeita» em 1941 em que era um inveterado jogador, Johnny Aysgarth, casado com Lina, uma rica herdeira interpretada por Joan Fontaine, depressa temerosa quanto à possibilidade de ser por ele assassinada. A ambiguidade do seu carácter era habilmente explorada pelo mestre do suspense.

 

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