terça-feira, março 17, 2020

(Infinitos) Formação de estrelas, uma que está moribunda e até que ponto um mentecapto pode ter alguma razão


A tese está por comprovar, mas astrofísicos da universidade de Kagoshima aventam a hipótese de não se formarem planetas apenas a partir da aglomeração de poeiras e de gases protoplanetários em torno de estrelas muito jovens por efeito da gravidade. É que esses materiais, destinados a formarem rochas progressivamente maiores, também circundam buracos negros supermaciços existentes no centro das galáxias, alguns com massas cem mil vezes maiores do que a do sol. Os modelos matemáticos criados para analisar o que possa suceder nessas circunstâncias tendem a demonstrar a exequibilidade de tal hipótese.
Indubitável é, por outro lado, o iminente óbito da supergigante Betelgeuse, situada na constelação de Orion, a cerca de 650 anos-luz da Terra. Tendo 10 milhões de anos a sua massa é 15 vezes a do sol, o que leva os cientistas a conjeturarem as razões para perspetivar-se-lhe uma vida mais curta do que seria previsível. Desde o início de dezembro, que os astrónomos vêm constatando a progressiva perda de brilho, que poderá dever-se à contração da superfície para o núcleo da estrela, antecedendo a violentíssima explosão antecessora da sua final transformação em supernova. Quando isso acontecer o céu noturno ficará melhor iluminado durante alguns meses, tornando-se visível a olho nu a quem o possa ver. Só que o tempo astronómico não se compadece com o das nossas vidas, pelo que ocorrerá daqui a uns quantos milhares de anos.
O olhar dos cientistas também está focalizado na Terra, que dá provas de algumas semelhanças com as enunciadas nas teses de James Lovelock para quem ela é Gaia, um ser vivo dotado de vontade própria. 
O homem, hoje centenário ancião, não é flor que se cheire, pois são-lhe conhecidas tomadas de posição a favor da industria petrolífera secundando quem defende a capacidade do planeta para mostrar-se resiliente às agressões impostas pelos interesses capitalistas. Ademais, filiado nas ideias ultraconservadoras norte-americanas, é presença frequente no sinistro site Breitbart onde se acoitam os defensores de Trump. Mas isso não obsta a que se olhem as suas teses, dissociando-as do autor, e equacionando até que ponto o planeta não tem tido a capacidade de potenciar as condições mais favoráveis para que nele floresça a vida.

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