sábado, março 14, 2020

Infinitos: Uma singular coincidência


Albert Einstein nasceu em Ulm em 14 de março de 1879. Stephen Hawking morreu em 14 de março de 2018 em Cambridge. A coincidência da data não tem significado em si, mas permite relacionar dois físicos de exceção, que alteraram totalmente as nossas ideias sobre o universo.
Einstein mostrou que o tempo não evolui a velocidade constante, variando em função do movimento. Assim surgiu a teoria da relatividade em 1915 com o espaço e tempo a conjugarem-se numa só unidade, que ditava o movimento à matéria e era por ela condicionada.
A astrofísica evoluiu graças a essa teoria  permitindo a descoberta das minúsculas estrelas de neutrões com enorme densidade. Na Grã-Bretanha dos anos 60 procurava-se doravante uma outra previsão de Einstein: a existência de buracos negros. Foi por essa altura que o jovem Stephen Hawking começou a explorar os mistérios cósmicos do espaço-tempo desenvolvendo a teoria, que o levaria a demonstrar em A Breve História do Tempo a possibilidade desses buracos negros tenderem a desaparecer á medida que deles se escapariam as partículas doravante designadas como radiação de Hawking.
Antes de morrer o cientista de Cambridge aventou a possibilidade de se armazenarem informações nos buracos negros, cujo destino desconheceríamos com a sua evaporação. Não havendo resposta para essa hipótese, Hawking não deixava de lembrar uma deliciosa frase de Einstein, segundo a qual deveríamos desprezar quem nos traz respostas, porque mais interessantes são sempre quantos nos colocam perguntas. No seu legado deixou-nos uma via possível para encontrarmos a, até agora mirífica, compatibilidade entre as realidades do infinitamente grande com as do infinitamente pequeno, algo para cuja explicação se espera outro génio da sua dimensão.

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