segunda-feira, março 23, 2020

(DIM) Pintoras esquecidas e o fascínio pelos céus


1. Na História da Arte pouca relevância tem sido dada às pintoras do Renascimento e do Barroco, períodos de que se difunde a falsa ideia de só enquanto modelos as mulheres terem tido algum papel nas obras de então. Ainda assim podemo-nos lembrar Josefa de Óbidos que, nascida em Espanha, se radicou entre nós, tornando-se numa dos mais importantes artistas do século XVII. Mas desconhecera até agora as obras de Sofonisba Anguissila, Lavinia Fontana ou Artemisia Gentileschi, todas elas a serem-nos desvendadas pelo canal franco-alemão ARTE na tarde do próximo domingo através de um documentário de Hilka Sinning intitulado La Renaissance des Peintres Oubliées.
Poderemos assim aprender que a primeira foi pintora oficial da corte espanhola vivendo entre 1532 e 1625 ou que a segunda teve clientes fiéis junto da aristocracia e do clero ibéricos para quem pintou inúmeros retábulos, morrendo em 1614 com 62 anos. E que Artemisia Gentileschi, a mais nova das três, pois viveu entre 1593 e 1652, pintou nus femininos e vinganças bíblicas, buscando a catarse da violação sofrida aos dezoito anos.
Pelos exemplos aqui ao lado evidenciados, os respetivos talentos pediam justas meças aos melhores dos contemporâneos masculinos.
2. Na véspera, ou seja no sábado, o mesmo canal transmite os três episódios de uma série alemã realizada por Adam Luria: Le Ciel des Hommes.
De Copérnico a Einstein, das primeiras pinturas rupestres aos microscópios tecnologicamente mais avançados explora-se um dos mais antigos sonhos da humanidade: descobrir os segredos da nossa calota celeste. Há verdades cientificas, mas também mitos e congeminações próprias da ficção científica, ilustradas com imagens que prometem ser encantatórias.
Se no primeiro episódio se visitam deuses e demónios e no segundo o centro do universo, a série encerra-se com a proposta de se rumar ao infinito. E talvez tenhamos a oportunidade de olhar para os céus com aprofundado interesse.

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