No justamente incensado século de Péricles a consolidação da Democracia para todos os cidadãos livres (mulheres, metecos e escravos à parte) teve por tradução estética a definição do cânone da Beleza assente em justas proporções do corpo nas suas representações pictóricas ou escultóricas. E que baseava a credibilidade da postura na sua inclinação assente numa das pernas enquanto a outra ficava ligeiramente fletida.
A regra foi respeitada nos vinte séculos seguintes até Caravaggio surgir como improvável defensor da Contra-Reforma: a irrupção da luz a contrastar a escuridão com o que era dado a ver, estilhaçaria a preocupação com os critérios até então prevalecentes.
Irónica, porém, a contradição entre a personalidade do artista com a revolução estética, que o Vaticano pretendia ver implementada contra o rigor austero dos luteranos.
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