Xerazade utiliza o irresistível fascínio pelas histórias e impede que o morticínio das suas irmãs prossiga. Shariar acabará enredado nos pesadelos interiores só encontrando paliativo na curiosidade com o que saberá na noite seguinte.
No programa João Brites lembra que as Mil e uma Noites têm incontornáveis ligações com o presente por conterem todas as palavras - castigo, violência, matança, vingança, justiça - exceto a mais óbvia, genocídio, só depois inventada.
Em Palmela o Bando, associado a Olga Roriz e à Banda Sinfónica Portuguesa, criou notável espetáculo com maravilhosas interpretações, uma cenografia exemplar (que flexibilidade revelou aquela máquina de cena!) e a surpreendente música de Jorge Salgueiro, hélas distanciado do minimal repetitivo, que tanto nos deleitou no passado, mas com pleno sentido na opção atonal, que o tema impunha.
O espetáculo ainda está em cena até ao próximo fim de semana e vem depois ao Festival de Almada...
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