domingo, junho 30, 2024

Apontamentos Cinéfilos (XIII): O imparável espetáculo do mundo

 

Numa cena de Viagem a Tóquio  de Yasujiro Ozu (1953) o casal de idosos, que foi de Onimichi à capital para visitar os filhos, e sentem não ter deles a esperada atenção, quedam-se à beira de um rio a ver a água a correr para a foz. É a vida  a seguir o seu curso , sem que possam travá-la, reduzir-lhe o ímpeto transformador.

É porventura uma das imagens, que mais facilmente me vem à mente, quando evoco os filmes do realizador, por ilustrar o mais constante dos seus temas: o crepúsculo da família tradicional substituída por algo de indefinidamente novo. A modernidade a impor-se às angústias íntimas dos personagens, invariavelmente, interpretadas pelo mesmo conjunto de atores.

Nas cinco dezenas de filmes, que assinou, Ozu aprimorou a sua maneira de filmar optando por planos fixos a partir do chão apesar de muito lhe agradarem as cenas de ação - e as formas de as representar no cinema de Hollywood. Mas, escusando-se a imitá-las, o mestre japonês encontrou um estilo muito seu em que vemos as casas de madeira  com paredes deslizantes, a abrirem-se para o espetáculo do mundo. Sempre dando atenção aos detalhes, que pareceriam quase insignificantes e permitindo ao silêncio espelhar o espanto nos rostos dos forçados a conformarem-se com não encontrarem lugar numa realidade, que se vai impondo sem eles.

Ozu continua a ser um dos realizadores, que mais estimo e de que nunca me canso de rever os filmes.

 

terça-feira, junho 25, 2024

Apontamentos Cinéfilos (XII): Jane por Charlotte

 

Tendo na memória o filme - divertido como quase sempre eram os seus! - que Agnès Varda sobre ela rodou nos finais dos anos oitenta, apresentando-a como musa romântica de uma inspiração prérafaelita, Jane Birkin deixou-se filmar pela filha Charlotte dois anos de se lhe lavrar o óbito.

O resultado mais do que desilude: é uma incessante, e desinteressante, conversa entre mãe e filha sem definição de outro objetivo, que não o da realizadora mostrar-se a si própria à procura de um passado de que restam as relíquias, mormente as do pai, na casa em breve musealizada e onde rodou a sequência mais longa.

Trinta anos depois do filme de Varda, a musa envelheceu e nada de novo do que dela sabíamos tinha a dizer... 

domingo, junho 23, 2024

Notas de rodapé (VIII) - Tolerância e Autismo

 

1. Na Visão o investigador norte-americano Michael Baum, que dirige o  Departamento de Ciência Política na Universidade Católica, concluiu que os alunos sentem particular aversão a sujeitarem-se a um exercício, que muito preza: argumentarem oralmente - como se nelas acreditassem -, segundo as ideias de que se sentem mais distantes.

Segundo ele trata-se de uma boa  forma de ganharem algum sentido de tolerância pelos que pensam de forma diferente à sua.

 2. Anthony Hopkins descobriu aos 78 anos, que cumprira até então o percurso de vida com sintomas de autismo, concluindo-se que a maior parte das pessoas têm-nos sem chegarem, propriamente, a serem autistas. Trata-se de uma tese, que permite olhar para a doença com outra perspetiva, porventura mais aberta do que o até agora acostumado... 

sexta-feira, junho 21, 2024

Histórias Exemplares (XXXV) - Entre as prescrições de remédios e a escrita literária

 

Prazer enorme o de ouvir os programas de Luis Caetano na Antena 2, algumas vezes dele colhendo estimulantes pistas para reflexões, que radicam nas minhas próprias experiências ou preocupações!

No primeiro dos dois programas que dedicou a uma mesa redonda num Festival Literário em Sabrosa, tivemo-lo a recordar que Hector Berlioz falhou a carreira de médico, que era tradição familiar - o pai e o avô exerciam-na! -, porque não suportou as aulas de dissecação de cadáveres.

Perdeu-se assim um anónimo médico, ganhou-se um notável compositor! Como não recordar que, na meninice, a minha hipocondríaca mãe queria obrigar-me a enveredar pela medicina “para lhe curar as doenças” e eu, precavido, e sem sequer pensar nas aulas, que tanto assustaram Berlioz, ter ajuizadamente decidido que, se ela queria uma coisa, melhor seria optar por outra completamente diferente!

Até porque A Ronda da Noite também nos lembrou de um dos riscos da medicina (ou de qualquer outro conhecimento especializado): levar quem a pratica a só dela ansiar saber. Razão para, lúcido, Abel Salazar ter considerado que um médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe!

Explicada ficou assim a tentação literária de muitos prescritores de receitas, que também afinam a caneta na escrita literária. Tchekov dizia por isso ter casado com a medicina, mas ter tomado a literatura por amante. Assim, quando se cansava de uma, ia passar a noite com a outra!

E, não diretamente ligado a esse tema fica o relato de Clara Rocha, filha desse outro médico-escritor que foi Miguel Torga, sobre a experiência do rei D. Duarte com a forma de lidar com  a sua depressão: como contou no Leal Conselheiro, bastou deixar de focalizar-se em si para apoiar a mãe na doença, que haveria de a finar, para logo essa tentação melancólica lhe passar. Nesta altura em que sou o cuidador da Elza a tempo inteiro garanto que depressão é mal a que me não posso dar ao luxo...

quarta-feira, junho 19, 2024

Histórias Exemplares (XXXIIV) - As contradições de um revolucionário

 

Serge Bramly considerou-o o primeiro artista em rutura com todos quantos o antecederam. Até então todos os predecessores, mesmo os mais geniais, surgiram na continuidade de outros, que lhes haviam aberto o caminho.

Gauguin - é dele que se trata! - até pelo nascimento assumia condições para ser revolucionário. Não tivera por avó a notável Flora Tristan, que fora impetuosa feminista na primeira metade do século XIX? E o exotismo de Lima, no Peru, onde viveu até aos sete anos, não o punha à margem do convencionalismo burguês da capital francesa, apesar de, por uma década, a ele se ter rendido enquanto bem sucedido corretor na Bolsa, extremoso marido e pai de numerosa prole?

Decidido a ser autêntico consigo mesmo e falhada a associação com Van Gogh, Gauguin procurou respostas para as muitas inquietações nas paisagens paradisíacas do Tahiti e das Ilhas Marquesas, embora a colonização francesa estivesse a expurgá-las do que nelas lhe interessavam: esse lado selvagem, que libertasse os constrangimentos das convenções.

No quadro de 1897, que foi um dos mais importantes de quantos ali pintou, interrogou sobre de onde proviemos, quem somos e para onde vamos? Tudo respostas que não saberia dar.

Condicionado pela doença apenas poderia concluir jamais sentir-se bem onde estava, porque outro sítio poderia ser mais interessante para se exilar. Mesmo que, todos quantos buscou, acabassem por ser incómodas desilusões... 

terça-feira, junho 18, 2024

Histórias Exemplares (XXXIII) - Refúgio indecoroso

 

Na Cena do Ódio Almada Negreiros vituperou esta “pátria onde Camões morreu de fome e onde todos enchem a barriga de Camões!”.

Agora anuncia-se uma nova biografia da autoria de Isabel Rio Novo a pretexto do indefinido quinto centenário do seu nascimento. E, com discursos na Guarda e outras celebrações, procura-se dar relevância a uma obra de inegável mérito, mas que é particularmente antipática desde que me sujeitei a tratos de polé no liceu com os exercícios absurdos a que, recorrendo ao poema, sujeitavam os adolescentes, que éramos.

Ademais houve aquela coisa abjeta filmada por Leitão de Barros em 1946, que servia de propaganda ao salazarismo, incompatibilizando-me definitivamente com a ideia de patriotismo que, muito justamente, Samuel Johnson definiu como último refúgio dos canalhas.

Convenhamos que, ouvindo André Ventura invoca-la, não há como não lhe dar razão. 

Notas de rodapé (VII) - Quando Karajan entregou a Grace Bumbry o papel de Carmen

 

Antológica a interpretação de Grace Bumbry na edição do Festival de Salzburgo de 1966 em que foi evidente a sensualidade conferida ao papel de Carmen com o qual confessava, porém, nem simpatizar, nem muito menos identificar.

Mas, no contexto de uma sociedade austríaca em que as mulheres ainda nem sequer conseguiam emprego na Sinfónica da capital, e em que a cor da pele era notório estigma, a opção de Herbert von Karajan comportou evidente coragem. Assim se ia redimindo do comprometedor passado nazi...

sábado, junho 15, 2024

Apontamentos Cinéfilos (XI): Quando a Coisa mudou de nome

 

Pecado infantil das esquerdas tem sido o sectarismo que, interna e externamente, as tem mobilizado umas contra as outras em vez de priorizarem o foco da luta para o campo contrário, o das direitas (extremas ou mais “centristas”), que deveriam ser sempre o seu inimigo principal.

Numa altura em que vemos o Bloco e o PC a definharem sou daqueles socialistas, que lamento tal quebra por saber sanáveis as divergências com o que defendem ao contrário do que sucede quanto às iníquas conceções de quem quiseram (hélas!) servir de involuntários aliados.

O filme de menos de uma hora, que Nanni Moretti rodou em 1990, e a que deu como título A Coisa, deveria ser de visão obrigatória para todos quantos militam à esquerda por nele se assistir ao debate interno dentro do Partido Comunista Italiano, quando a implosão do bloco soviético levava Achille Occhetto a deixar para trás os símbolos e nomes, que haviam constituído a identidade de tantas gerações.

À distância pode-se concluir a ideia foi tão esdrúxula, que fez definhar o campo progressista italiano nas décadas seguintes e possibilitou a realidade atual, que é a de terem fortalecido inimigo agora liderado por Meloni.

Não ceder no essencial é óbvia conclusão só o adaptando às novas circunstâncias de vivermos numa realidade tão manipulada pelos espaços mediáticos, pelas redes sociais e seus algoritmos. Até por continuar pertinente um dos principais ensinamentos de Karl Marx: as lutas de classes vão evoluindo à medida que mudam os meios de produção. Que não põem em causa a sua eterna continuação...

 

Notas de rodapé (VI) - Estilos de direção de orquestras

 

Numa entrevista Daniel Barenboim explicava porque gostava da forma de Simone Young  dirigir a orquestra: ao contrário do sucedido com algumas outras maestrinas -decididas a superar o estigma de género numa atividade ainda vista como coutada exclusivamente masculina pelos melómanos mais velhos! -, ela tende a conter a exuberância de gestos das mãos e do próprio corpo. “Assexuados”, assim o designou esse seu mentor, que a tomou por assistente na Ópera Estatal de Berlim e em Bayreuth.

Ainda assim alguns críticos tendem a dele discordar por a considerar suficientemente efusiva para chamar a si a atenção, que deveria focalizar-se na música fruída e como emana dos diversos naipes.

Imagino o que diriam se deparassem com a histeria habitual de Joana Carneiro... 

sexta-feira, junho 14, 2024

Notas de rodapé (V) - O esfumar de uma miragem

 

A mais recente emissão da Visita Guiada abordou o retorno dos órfãos do “império” e contou com a participação da Dulce Maria Cardoso, que não pôde disfarçar a insatisfação sobre a forma como, aos onze anos, se viu no olho de tão violento furacão.

Valeu a outra convidada do programa, a investigadora Margarida Calafate Ribeiro, que lembrou não ter sido essa a primeira ponte aérea de África para a Europa (a do Congo e a da Argélia tinham-na precedido), e como seria impossível a quem acabara de transitar da condição de oposicionistas à ditadura para a de titulares de cargos de poder, conseguir melhor negociação para o fim das guerras coloniais

Definitivamente só há que inculpar dois responsáveis pelos dramas de então: Salazar e Caetano que, ingloriamente, quiseram travar uma imparável dinâmica histórica. Acabando por serem eles a não partirem os dentes em tão absurda teimosia...

terça-feira, junho 11, 2024

Histórias Exemplares (XXXII) - Irmã Palestina

 

Xerazade utiliza o irresistível fascínio pelas histórias e impede que o morticínio das suas irmãs prossiga. Shariar acabará enredado nos pesadelos interiores só encontrando paliativo na curiosidade com o que saberá na noite seguinte.

No programa João Brites lembra que as Mil e uma Noites têm incontornáveis ligações com o presente por conterem todas as palavras - castigo, violência, matança, vingança, justiça - exceto a mais óbvia, genocídio, só depois inventada.

Em Palmela o Bando, associado a Olga Roriz e à Banda Sinfónica Portuguesa, criou notável espetáculo com maravilhosas interpretações, uma cenografia exemplar (que flexibilidade revelou aquela máquina de cena!) e a surpreendente música de Jorge Salgueiro, hélas distanciado do minimal repetitivo, que tanto nos deleitou no passado, mas com pleno sentido na opção atonal, que o tema impunha.

O espetáculo ainda está em cena até ao próximo fim de semana e vem depois ao Festival de Almada...

segunda-feira, junho 10, 2024

Escritas alheias (I) - O descobrimento da Madeira

 

Página 27 de «Deus na escuridão” de Valter Hugo Mãe: não é só a versão mitológica sobre o descobrimento da ilha atlântica, que justifica o encanto com nesse iniciar do segundo capítulo do livro. É sobretudo a beleza de uma escrita, que nos continua a fascinar:


“A mitologia conta que, quando encontraram a ilha da Madeira, não puderam adentrar a mata de tão espessa. Por canto nenhum se subia à ilha, cheia de alturas à vista larga  e contudo, sem modo de pousar os pés. Também conta que, esticados nos barcos, os homens de então foguearam a natureza. Circundaram como entenderam e foguearam por toda a parte. Sete anos mais tarde, quando aconteceu de alguém voltar a encontrar nossa terra, a ilha ainda ardia. Os fumos faziam grandeza nos promontórios junto às águas, as chamas subiam para depois das nuvens vindas do interior das maiores caldeiras, onde as gargantas secas dos vulcões tinham nutrido floras exuberantes. Diz-se que, de tão bela a ilha e suas plantas, tão belas flores aqui se nasciam, ainda voavam pássaros lastimando o incêndio. Pássaros maravilhosos. Muitos ter-se-ão extinguido por lhes doer de gritar e por lhes doer de tristeza. Tantos terão acabado como labaredas em fuga mar fora, pequenos cadáveres incandescentes que se sepultaram nas águas.”

Notas de rodapé (IV) - As proporções perfeitas e a luz

 

No justamente incensado século de Péricles a consolidação da Democracia para todos os cidadãos livres (mulheres, metecos e escravos à parte) teve por tradução estética a definição do cânone da Beleza assente em justas proporções do corpo nas suas representações pictóricas ou escultóricas. E que baseava a credibilidade da postura na sua inclinação assente numa das pernas enquanto a outra ficava ligeiramente fletida.

A regra foi respeitada nos vinte séculos seguintes até Caravaggio surgir como improvável defensor da Contra-Reforma: a irrupção da luz a contrastar a escuridão com o que era dado a ver, estilhaçaria a preocupação com os critérios até então prevalecentes.

Irónica, porém, a contradição entre a personalidade do artista com a revolução estética, que o Vaticano pretendia ver implementada contra o rigor austero dos luteranos.

quinta-feira, junho 06, 2024

Notas de rodapé (III) - Anarquistas, animais e suas penas

 

 1. Seria o mestre Aquilino o detentor da terceira carabina envolvida no atentado ao rei D. Carlos? A lenda não comprovada, se não verdadeira, é pelo menos bem esgalhada, como diriam os italianos. Porque, dada a eficácia quase total da ação de Alfredo Costa e Manuel Buíça - falhou-lhes só o efémero D. Manuel! - o futuro escritor ter-se-ia dispensado de entrar em cena resguardando-se para iniciativas futuras.

Que as faria se delas se incumbisse sem sombra de dúvidas, porque o bombista carbonário e bem sucedido foragido das prisões, que lhe procuravam conter o ânimo contra as ditaduras, nunca foi homem para ter medo. Pelo contrário até já em velho resolvia à chapada no Chiado as contendas em que se sentisse ofendido.

Grande Aquilino, que bem merece a releitura atenta das suas obras!

2. Hiperrealista, assim classificou a crítica a pintura de Rose Bonheur, que viveu entre 1822 e 1899.

Bem sucedida no seu tempo seria, depois, esquecida, porque diversas vanguardas se foram sucedendo, tornaram-na obsoleta. Até ser recuperada já neste século como ícone feminista, não só por conseguir viver do seu ofício (na época coutada quase exclusivamente masculina!), mas também não disfarçar exageradamente o pendor para os amores sáficos.

Olhando-lhe para os quadros, sobretudo os de animais em cenários campestres, reconhece-se a competência dentro do âmbito declaradamente figurativo.

3. A indústria das penas de avestruz tem tanta importância para a África do Sul, que seria impensável a exuberância dos adornos do Carnaval do Rio sem a matéria prima daí  oriunda.

No final do século XIX o fulgor dessa industria era tal que não havia mulher burguesa, europeia ou americana, que dispensasse os vistosos chapéus, qual deles o mais extravagante. Milhares de aves eram criadas nas vastas extensões do país dos bóeres para serem sacrificadas em prol da vaidade feminina de então.

Só que inventaram-se os carros, muitos deles descapotáveis, a deslocarem-se cada vez mais aceleradamente o que tornava inevitável a opção por chapéus mais simples, propícios para manterem-se agarrados às cabeças. Esse foi o momento da maior crise de quem vivia desse negócio. 

sábado, junho 01, 2024

Apontamentos Cinéfilos (X): E se viesse aí um terramoto?

 

1. E se um dia os cientistas encontrassem provas inequívocas da iminência de um terramoto com características tão devastadoras como as de 1755 e abrissem um vigoroso debate sobre o que fazerem em tais circunstâncias: avisarem a população para porem-se a salvo das zonas ribeirinhas onde existiriam possibilidades de enfrentarem um gigantesco tsunami ou calarem-se para evitar o pânico coletivo?

O Melhor dos Mundos, filme de Rita Nunes, que foi agora apresentado no Festival Indie, e terá estreia nacional no último trimestre do ano, levanta questões pertinentes para as quais  não existirão boas respostas. O inevitável, quando acontece, comporta consequências incontornáveis só passíveis de serem minimizadas, quando delas se faz o balanço.

Cereja em cima do bolo: trata-se da longa-metragem em que Sara Barros Leitão faz a estreia cinematográfica. O que é, já em si, um acontecimento.

2. Numa das edições desta semana do Império dos Sentidos (na Antena 2) uma entrevistada lembrava Olga Prats dizendo-a “muito boa pessoa”.

Foi essa também a explicação dada por Ron Howard para justificar o documentário por ele produzido e realizado sobre Jim Henson, o criador dos Marretas e da Rua Sésamo. Também ele se incluiria no lote dos que mereceriam esse tipo de elogio.

Em altura de olharmos para os ecrãs e constatarmos quanto estão cheios do que Chico Buarque cantou de quem podemos conjeturar “filhos da outra”, saberá sempre bem revisitar quem deixou marcas de generosidade e simpatia à sua volta.

O filme passou agora no canal da Disney.