Em período estival o canal franco-alemão Arte tem optado por alguns filmes que, na época da estreia, foram bem sucedidos nos favores dos espectadores e nos prémios com que foram contemplados.
Pessoalmente não me costumam atrair mas, as circunstâncias não dão vontade de ocupar as meninges com coisas mais complexas, pelo que deixei-me tentar por duas propostas deste fim-de-semana.
A Túlipa Negra data de 1964 e foi realizado por Christian-Jaque a quem, por manifesta inveja, Alain Delon organizou uma produção, que o fizesse equiparar-se ao sucesso de Gérard Philipe com Fanfan la Tulipe em 1952.
Passado em vésperas da Revolução de 1789, e vagamente inspirado num romance de Alexandre Dumas pai, dava a Delon a oportunidade de interpretar os dois papéis principais, num deles como herói, noutro como cúpido vilão.
A mistura dos estereótipos dos filmes de capa e espada, associados ao humor e às vicissitudes românticas, premiaram o investimento de um ator, que conhecera melhores desempenhos com René Clément, Luchino Visconti ou Michelangelo Antonioni.
A Casa do Lago de Mark Rydell também não me suscitara qualquer interesse quando se estreou em 1981. Embora contasse com Henry e Jane Fonda, acolitados por Katharine Hepburn, não se livrava de obra de encomenda da antiga ativista entretanto distanciada dos fervores anti-imperialistas para reconciliar-se com o progenitor, que alinhara politicamente na trincheira oposta.
Agora voltei a não me entusiasmar com a história lamechas destinada a garantir Óscares aos protagonistas mais velhos antes que esticassem o pernil. Como, de facto, sucedeu. No entretanto fui lendo a Visão desta semana enquanto, por desfastio, ia olhando para aquilo que, no ecrã, soava a previsível desenlace.
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