Poderá ser o facto de descobrir este filme - cuja descoberta sempre adiei! -, num estado de alma muito particular, que me faz sentir fúteis os motivos dos seus principais personagens. Ou a ambição “estética” do realizador, embora nenhum dos filmes rodados por Alejandro González Iñárritu me tenha merecido apreciação positiva. A verdade é que, a exemplo do vencedor do mais recente Óscar para o Melhor Filme, este Birdman passou-me completamente ao lado.
Michael Keaton é o intérprete de afamado super-herói que, falido, procura reciclar-se nos palcos da Broadway adaptando um texto de Raymond Carver. Mas tudo à volta está a desmoronar-se: a amante diz-se grávida, a filha recupera de uma desintoxicação e, sobretudo, o ator contratado para contracenar com ele em palco, parece disposto a sabotar-lhe a encenação a cada passo.
Para conseguir uma caução criativa Iñárritu decide embalar a intriga num falso plano-sequência que põe a câmara a acompanhar os atores, deixando-se levar para onde eles vão deambulando na intenção de os associar a uma vertigem, que os desnorteia.
Como saldo fica um filme simplista sobre o glosado tema da vida privada dos atores demasiado colados aos papéis estereotipados de que não se conseguirão livrar daí por diante.
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