Quando se fala de quem chegou pela primeira vez ao Pólo Norte o nome que vem associado a tal aventura é a do norte-americano Robert Peary. Mas, segundo alguns historiadores, a realidade terá sido outra, que não a abundantemente acolhida nos seus manuais.
De facto somam-se argumentos para contrariar essa tese e atribuir o mérito a um explorador polar negro de nome Matthew Henson, que era assistente de Peary e, em abril de 1909, o terá levado, juntamente com mais quatro inuits, até ao Pólo, carregando-o aos ombros, porque ele já não tinha forças para o conseguir.
Nascido no Maryland em 1866, um ano após o fim oficial da escravatura, Matthew percorrera todos os oceanos enquanto marinheiro até chamar a atenção do engenheiro naval Peary, que o contratou para acompanhá-lo a uma missão oficial à Nicarágua. Doravante o militar não prescindiria de tão hábil colaborador, que até aprenderia a língua dos esquimós quando ambos foram para a Groenlândia preparar-se para a viagem ao Pólo Norte.
No entanto, tão só atingido o objetivo, Peary nunca mais endereçou palavra a Matthew, que acabou por tornar-se mero guarda num parque de Brooklyn e viu rejeitado o pedido de pensão de reforma apresentado ao Congresso para o qual não conseguiu o apoio do antigo patrão. Por despeito dele se lhe ter antecipado no momento final da expedição? È o que muitos creem, muito embora Henson nunca tenha reivindicado mais do que a participação na expedição e não tivesse poupado elogios a Peary no livro que publicou em 1912 («Diário de um explorador negro no Pólo Norte»). Talvez por saber o quão difícil fosse aceitar pela mentalidade norte-americana do seu tempo, que uma das maiores façanhas de então tivesse sido concretizada por um negro...
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