domingo, março 12, 2023

Apresentando Ebrahim Golestan

 

No ciclo da Cinemateca dedicado ao cinema iraniano antes da Revolução dos aiatolas - que pode ajudar a explicar a importância posterior de realizadores recentes (Kiarostami) e atuais (Panahi, Farhadi), que neles se inspiraram -, foi possível conhecer a obra de Ebrahim Golestan, mormente através de três admiráveis documentários ilustrativos da importância por ele conferida aos rostos e às paisagens.

Onda, Coral, Pedra (1961), As Colinas de Marlik (1964) e As Joias da Coroa do Irão (1965) remetem para um país muito diferente do atual, porque expurgado da omnipresença do fanatismo islâmico e dos seus valores medievos.

No primeiro filme enfatiza-se o papel dos que trabalham na indústria do petróleo. No segundo há a sintonia dos agricultores, que trabalham a terra e dos que a escavam em busca de artefactos arqueológicos. E no terceiro a história iraniana acompanha paralelamente a das joias que, com a sua encomenda ao realizador, o Banco Central pretendia promover.

Comunista ativo até 1946, altura em que decidiu dissociar-se da militância para se focalizar em projetos artísticos multidisciplinares, Ebrahim Golestan merece ser recordado, razão para se olhar com a devida a atenção para a Lição de Cinema disponível no you tube e dada na Cinemateca de Bolonha em 2016.

Aos cem anos continua a ser um dos intelectuais mais relevantes do seu país! 

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