Em 19 de março de 1799 estreou-se em Viena a oratória «A Criação», que Haydn já apresentara para convidados do seu mecenas no ano anterior.
Na época, o compositor já contava 67 anos e era reconhecido por toda a Europa como o mais talentoso do seu tempo, graças às suas sinfonias, quartetos para cordas e sonatas. Singularmente, ele que era um fervoroso católico nunca dedicara prioritariamente a atenção às obras sacras. Criara algumas missas e umas peças menores, mas só esporadicamente, e por encomenda, acedera a compor as «Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz», em 1785.
No entanto a experiência de assistir ao «Messias» de Haendel na Abadia de Westminster em 1791, estimulara-lhe a vontade em arriscar uma oratória de fôlego, mais ambiciosa do que «Il Ritorno di Tobia», que compusera em 1775.
Recorreu para tal a um libreto em inglês, que fora escrito para Haendel sem ter sido utilizado. Esse texto sofreria grandes alterações pelo seu colaborador Gottfried van Swieten ao vertê-lo para alemão, que passou a ser a versão mais canónica da peça.
É que a retradução para inglês não teve a qualidade da original e é normalmente preterida, quando se trata de a interpretar nas grandes salas de concerto...
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