É sempre motivo de espanto que Mary Shelley tenha escrito um romance tão imaginativo como Frankenstein, quando ainda não contava vinte anos. Mas ela ter-se-á decerto inspirado na impressionante experiência de Andrew Ure na Universidade de Glagow, em novembro do ano anterior, quando o cientista escocês quis provar, perante uma plateia, primeiro interessada, depois assustada, que conseguiria devolver vida a um morto acabado de executar.
A eletricidade era descoberta recente e ele decidiu aplicar elétrodos em diversas partes do corpo do cadáver - na cabeça, na mão, numa perna - em todas elas obtendo fortes sacudidelas. É claro que Matthew Clydesdale - assim se chamava o enforcado - não ressurgiu da morte, mas para muitos dos que estiveram presentes na sessão universitária, ficou a expetativa de iniciar-se ali um processo passível de vir a confirmar a tese segundo a qual nós, os viventes, seríamos movidos a eletricidade.
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