Estão tão longe os distantes dias de antes da Revolução de Abril, quando uma coleção de livros de capa preta da Europa-América disseminava os mais estapafúrdios disparates sobre as antigas civilizações, que teriam tido origem ou, pelo menos, a colaboração de seres alienígenas. As teorias da conspiração ainda andavam ao nível do mais pueril amadorismo, mas já denotavam uma imaginação, que pretendia distrair-nos das coisas verdadeiramente importantes então a passarem-se.
Hollywood deu a Roland Emmerich a possibilidade de assinar filmes de orçamentos generosos, mas ele nunca deixou de ser um tarimbeiro, que sempre intentou explorar a espetacularidade dos argumentos em detrimento da sua coerência. E é isso mesmo que se constata neste Stargate, iniciado com a descoberta de um portal para outro universo em Gizé em 1928 e depois aproveitado pelo Exército norte-americano para avaliar as potencialidades dessa novidade. Pelo meio há revoluções antiesclavagistas no Antigo Egipto, e depois no planeta Abidos, para onde se desloca um grupo de operacionais dispostos a espreitar o que se oculta do outro lado desse portal, levando consigo um linguista capaz de se expressar num rebuscado dialeto do tempo dos faraós.
Há cenas de ação ao nível do mais comum cinema-pipoca e um romance amoroso com o seu quê de Eurídice devolvida da morte para a vida sem que o seu Orfeu se veja constrangido a grande prova.
Quase trinta anos depois o filme continua a ser muito fraquinho, mesmo contando com os contributos de Spader e de Russell.
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