É um mistério insolúvel na História da Arte: o que levou Frans Hals a conferir tão contagiantes sorrisos aos personagens, que representou nos seus quadros? É que, olhando para a sua biografia, não lhe faltaram motivos para ultrapassar o contemporâneo Rubens na seriedade dessas expressões fisionómicas.
Enviuvado cedo da primeira mulher, Frans Hals sempre viveu com grandes dificuldades económicas por ter imensa prole - catorze filhos - para sustentar. E não lhe faltaram por isso problemas com a justiça com padeiros e merceeiros a imporem-lhe processos para recuperarem as pesadas dívidas acumuladas nos respetivos roles.
Benjamin Moser é um dos que apreciam os quadros do pintor flamengo e os dizem capazes de o predisporem bem. Porque as pessoas fixadas nas telas parecem deles sair para nos comunicarem a sua alegria. E um curador de exposições aventa a forte probabilidade de Rembrandt ter-se nele influenciado para criar a sua Ronda Noturna. É que o artista de Haarlem acabara então - em 1639—de criar a sua obra final, representando-se no meio dos membros da milícia de São Jorge assim dando o único autorretrato, que permite-nos conhecer o seu aspeto.
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