O filme passa esta noite na ARTE e, mesmo dobrado em francês, não limita o prazer dado pelas interpretações de Bogart e Bacall. Porque se as vozes faziam parte da genuinidade desses desempenhos, muito mais o eram os olhares ou as posturas corporais.
Hawks, o realizador, confessou não ter compreendido a coerência do argumento, carpinteirado em oito dias por William Faulkner, Leigh Brackett e Jules Furthman a partir de um romance de Raymond Chandler. Por isso decidiu trabalhar cada cena, tornando-a o mais divertida possível, dada a incapacidade de qualquer do autor ou dos incumbidos da adaptação lhe justificarem porque deveriam ser mortos alguns dos personagens.
À partida há um general, que contrata Philip Marlowe para procurar o genro desaparecido e livrar uma das filhas da chantagem a que a sujeita um sujeito mais que duvidoso. Pelo meio cruza-se com o detetive a outra filha do general, Vivian, que tem dívidas de sobra no casino local.
O chantagista aparece morto com Carmen completamente bêbeda ao lado mas, nessa altura, já Marlowe anda às voltas com uma realidade, que tende a ser diferente do que parece e em que Vivien parece dele fazer gato sapato até por o ter pelo beicinho. Daí ser o tipo de filme que se vê, e revê, com grande prazer.
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