Dura pouco mais de uma hora o filme de 1932, que Alfred Hitchcock odiava, considerando-o um desastre: Número Dezassete.
Baseado numa peça teatral, e quase todo passado no espaço restrito de uma casa abandonada onde se encontram uns quantos personagens, que nada têm a ver com ela, mas, voluntariamente ou não, acabam por comungar do interesse de um colar roubado, o filme é tão prenhe em inverosimilhanças, que desconfiamos sem sequer os atores saberem o que ali estão a fazer.
Ademais não sabemos se por autoria dos argumentistas (entre o quais se contava a senhora Hitchcock!), se do próprio realizador quis-se, através do personagem do sem-abrigo, “apimentar” a intriga com uma vertente cómica, que resulta entre o patético e o simplesmente pateta.
Há a curiosidade dos enquadramentos, da iluminação e adjacentes sombras, que manifestam o interesse de Hitch pelo então pujante expressionismo alemão, mas sentindo-se obrigado a curvar-se aos ditames dos produtores, ele poria aqui, enquanto realizador, um ponto final na sua ligação à British International Pictures. Ainda faltaria meia dúzia de anos até perspetivar o salto para além-Atlântico onde ganharia outras asas...
A haver uma questão sobre qual o seu pior filme este Número Dezassete teria boas hipóteses de ser assim considerado.
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