terça-feira, junho 20, 2023

«Talismã, a desordem natural das coisas» de Mário Zambujal

 

Logo no nome - Pablo Luís Martinez da Silva - tem que se lhe diga: nascido numa família de origens galegas radicada em Lisboa, nascera a norte do rio Minho por vontade da mãe, que o queria ligado às raízes familiares. Mas é nas festas populares, que o destino se altera durante umas semanas, quando o mágico encontro com uma esbelta Diana, que acabara de perder um sapato no meio da multidão, o leva a procura-la por toda a cidade e envolver-se numa catadupa de vicissitudes, qual delas a mais singular.

O reboliço nos dias é tal que de pouco lhe importa ter sido despedido da agência de viagens em que ganhava o sustento, ou abandonado pela namorada de ocasião, que lhe vinha aquecendo o leito. Entre mafiosos e cabarés passando por assaltantes de veículos de transportes de valores lá vai Pablo prosseguindo a busca da bela Diana, só a vislumbrando por breves momentos na confusão de uma fuga através de um centro comercial.

Como saldo final acaba num hospital ferido numa perna e a concluir que essa coisa dos talismãs, prezados por muitos dos que com ele se cruzam, parecem aleatórios nos resultados para ele nada ajudando.

Regressei à leitura de obras de Mário Zambujal para reencontrar a sua fórmula de sucesso: a ironia maliciosa, que faz sorrir e passar uns bons momentos sem grandes pretensões de encontrar respostas para a sempiterna questão do sentido da Vida. Ou, se calhar, até está implícita nestes percalços vivenciados pelo azougado Pablo!

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