quinta-feira, abril 18, 2024

Histórias Exemplares (XXII) - Uma descoberta inspiradora

 

A história de um pai e de uma filha de 11 anos a passearem numa praia inglesa e a encontrarem uns ossos, que o interesse mútuo pela paleontologia identificou como pré-históricos, tem o seu quê de inspirador.

É claro que se, eu e a Elza, encontrássemos esse tipo de vestígios num dos costumados passeios pelo areal a sul da Fonte da Telha, não nos passaria pela cabeça tão excelsa hipótese. Mas isso somos nós, míopes a quem nem os óculos facultam maior argúcia observativa.

É por isso que o episódio é inspirador: às vezes podemos ter uma desconhecida realidade mesmo à frente dos olhos e não a vermos por não sermos capazes. E isso tanto vale para estes ossos pertencentes à mandíbula de um ictiossauro, o maior réptil marinho de sempre - o sucedido a Justin e a Ruby -, como, sendo mais imaginativos o podemos conotar com a escolha eleitoral dos portugueses, que nos dota de um desgoverno prometido para extinção tão fulminante quanto a dos dinossauros há 200 milhões de anos.

O que há a retirar desta história exemplar é a importância de estarmos sempre atentos e abertos a possibilidades, que o comum dos mortais parece ter esquecido. Por exemplo que o capitalismo é coisa com principio, meio e fim, estando agora muito mais próximo deste prometido desiderato do que da fulgurante capacidade para se multiplicar por várias vidas. No fundo, se ao conde Drácula bastou espetarem-lhe uma cruz no peito, e aos dinossauros um fabuloso fogo de artifício, só nos falta conhecer o clímax, que levará a Humanidade para um futuro mais sustentável e justo... 

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