quarta-feira, dezembro 04, 2024

O BELO E A CONSOLAÇÃO: Um caldo primitivo de ocorrências

 

Os mistérios do tempo, do espaço e da matéria; foram os estímulos de Wim Kayzer para entrevistar Leo Lederman, que ganhou um Nobel, e poderia ter sido nomeado por mais quatro sólidas razões sendo tido como um dos grandes físicos do século XX. E que, professor nato, conseguia arrastar os que o ouviam para um universo até então aparentemente inacessível. Por traduzir em ideias simples, mas corretas, o que pretendia explicar.

Um dos aspetos, que mais me agrada na sua conceção do universo é a da insensatez de pretendermos encontrar-lhe uma origem, de querermos encontrar-lhe um objetivo como se fossemos o foco desse interesse “divino”.

Ele provou que o universo não é simétrico por ter emergido a partir de uma incomensurável quantidade de energia inicial nesse bilionésimo de bilionésimo de bilionésimo de segundo, que se convencionou designar por Big Bang, causando ilimitadas colisões de partículas e antipartículas primitivas, que se traduziram numa acelerada expansão e arrefecimento.

Se existisse simetria perfeita seriam iguais as quantidades de matéria e antimatéria, anulando-se uma à outra à medida que essa expansão e arrefecimento se produzisse, resultando num universo só feito de radiação com imensa luz, mas nenhuma matéria palpável. O rompimento com o quimicamente puro permitiu alguma assimetria residual, que somos nós e tudo quanto de palpável nos rodeia.

E esse facto era por ele definido como imensamente belo... e consolador por sabermos que a existência tem algo de imperfeito, que somos uma espécie de resíduos! 

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