quarta-feira, julho 10, 2024

Histórias Exemplares (XXXVI) - Será que nós somos eles?

 

Eu pecador me confesso: também sinto incontornável fascínio pela história dos dinossauros. A tal ponto que, há já uns bons anos, quase tropecei na escadaria do Museu de História Natural em Londres, e vim de repelão por aí abaixo, quando entrámos na enorme sala onde se alinham gigantescos esqueletos de tiranossauros e outros répteis de há sessenta milhões de anos antes do malfadado asteroide ter vindo de encontro à Terra, assim anunciando o fim do Cretáceo.

Obviamente que não falhámos aos primeiros filmes passados no Parque Jurássico e logo comparecemos no parque da Lourinhã, quando ele abriu numa altura em que as nossas netas aqui passavam férias.

E, claro que, perante Dinosaur Apocalypse, um documentário recente de Matthew Thompson sobre aquele que teria sido o seu último dia, vi-me durante hora e meia perante o que nele se mostra a propósito de um prodigioso cemitério encontrado numas colinas do Dakota do Norte com os vestígios das vítimas dessa catástrofe planetária tão bem conservados quantos os sepultados em Pompeia.

Não é que as explicações do paleontólogo Robert DePalma comportem novidades de monta - o interesse está sobretudo na visualização concreta do que nos têm sugerido muitas ilustrações criativas! - mas somos obrigados a reconhecer que um poeta conhecido tinha alguma razão, quando considerava não terem, efetivamente, morrido os dinossauros: nós acabamos por sê-lo hoje em dia, quanto mais não seja porque, algures nesse mundo, andavam semiclandestinamente os que albergamos na nossa árvore genealógica... 

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