Foi ambicioso o telefilme assinado por Geschomeck e baseado num romance de Christiane Kohl. Mas, se o entretenimento se aguenta, a verosimilhança começa logo no conceito: em 1945 uma casa de Nuremberga, gerida por uma baronesa húngara, acolhe ao mesmo tempo testemunhas de acusação e possíveis criminosos de guerra, que serão chamados a depor em tribunal.
Para além dos que sobreviveram e vivem com o sentimento de culpa de terem contornado os escrúpulos para chegarem vivos àquele dia, em detrimento dos que eram mais fracos ou não possuíam as suas competências de resiliência, há também o fotógrafo pessoal de Hitler, a esposa do líder da Juventude Nazi, a secretária pessoal de Goering e dois outros assassinos, um a fazer-se passar pelo irmão comunista, o outro como cúmplice dos que tinham tentado contra o ditador, mesmo estando antes na origem da Gestapo.
Alimenta-se a ambiguidade sobre quem é, ou não, culpado e, como balanço, fica uma certa relativização entre a natureza de uns e de outros. Como se não fosse assim tanta a diferença!
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