Entre 1761 e 1776 os náufragos africanos do navio L’Utile, da Companhia Francesa das Índias, ficaram entregues à sua (má) sorte no ilhéu, que viria a ser designado por Tromelin por ser esse o nome do capitão bem sucedido na missão de aí recolher os sobreviventes. Que eram sete mulheres e um bébé.
Nesses quinze anos aquelas negras tinham enfrentado terríveis furacões e encontrado engenho em se alimentarem com os escassos recursos da ilha: pássaros, tartarugas, peixes.
Tinham, igualmente, ficado alheadas das lendas a seu respeito e consequentes campanhas anti-esclavagistas, que culminariam em anos vindouros - já durante a triunfante Revolução Francesa - na total ilegalização do tráfico negreiro.
O romance de Irène Frain constitui um tributo a esta prodigiosa odisseia de um punhado de heroínas pela sua sobrevivência. E não teria sido possível sem os trabalhos arqueológicos sobre elas executados na própria ilha.
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