sábado, dezembro 09, 2017

(EdH) Crimes tenebrosos contra mulheres argentinas

O caso do rapto de María de los Ángeles Verón agitou a Argentina nos últimos anos e merece ser melhor conhecido por demonstrar até que ponto a criminalidade organizada pode estar conluiada com os poderes judicial, policial e político de forma a condenar as vítimas e suas famílias a verdadeiros labirintos kafkianos.
Tudo começou em fevereiro de 2002, quando uma jovem de 23 anos foi raptada numa rua de Tucuman e a polícia eximiu-se de a procurar embora sobrassem testemunhos de quem a vira ser empurrada à força para dentro de um carro. Apesar da indiferença das autoridades a família de Marita iniciou um longo calvário, procurando-a por todos os prostíbulos de La Rioja e outras províncias vizinhas porque, desde cedo, intuiu ser ela mais uma das vítimas de uma rede organizada de rapto de raparigas com o objetivo de as forçar à prostituição.
Anos a fio os pais não desistiram dessa busca e, com a ajuda de um antigo militar, encontraram provas da passagem da desaparecida pelos bordéis geridos por Lidia Medina e seus filhos, conseguindo resgatar deles algumas mulheres também elas ali forçadas a idêntico suplicio.
Em 2012 o tribunal de primeira instância de Tucuman absolveu todos os suspeitos apesar das provas convincentes contra eles apresentadas pela Acusação. A subsequente revolta da opinião pública foi tão forte e indignada, que o Supremo reverteria essa decisão e inculparia os raptores condenando-os a muitos anos de prisão. Mas Susana Trimarco, a mãe de Marita, ainda continua sem encontrar os restos mortais da filha para lhes dar definitivo descanso junto aos do marido, entretanto falecido de tristeza e frustração. 

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