quarta-feira, novembro 08, 2017

(DIM) Um filme absurdo de uma realizadora anticatalã

Nos últimos dias uma das figuras mais conhecidas da cultura espanhola, que levantou a voz contra a independência da Catalunha, foi Isabel Coixet. Reconheço que, por isso mesmo, não senti grande complacência para lhe apreciar o filme de 2015 - «Ninguém quer a noite» - em que põe Juliette Binoche no papel de Josephine Peary ,a perseguir o conhecido esposo Ártico adentro na expectativa de com ele partilhar os louros da conquista do Pólo Norte.
Que as coisas podem-lhe correr mal, todos a avisam, mas o que podem palavras sensatas contra uma mulher determinada em cumprir o seu objetivo? Por isso começa-lhe logo por morrer o guia (Gabriel Byrne), que tentara sem sucesso convencê-la do desastre para que se dirigiam, e depois acaba com a morte da esquimó e do seu recém-nascido, que lhe fora inseminado pelo bem sucedido explorador (em vários sentidos!). Pelo meio há muito drama para espantar as plateias, sem Coixet levar em conta que elas já não papam facilmente tanta inverosimilhança, acabando por olhar para tudo aquilo com o distanciamento de quem se sente a levar um «grande barrete».
Às tantas compreendemos as opções políticas da realizadora: quem não tem suficiente sentido autocrítico para concretizar tão lastimável projeto também o não terá para compreender as minudências da atual realidade catalã.




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