Não lhes interessa, que a nova localização proposta esteja mesmo por cima de um lençol freático fundamental para toda a Península Ibérica num dos recursos naturais mais relevan

Já lhes poderão interessar os valores das portagens, que não deixarão de ser cobrados aos milhões de passageiros, obrigados a recorrer à travessia do Tejo para chegarem a Lisboa.
Já lhes poderão interessar, derrotados outros projectos financeiros, que fique facilitada a viabilização dos investimentos turísticos, que se preparam para desfigurar completamente toda a Península de Tróia.
Para quem conhece a localização proposta - e no caso pessoal até vivo no tal deserto, que o ministro Mário Lino designou - é óbvia a constatação de um maior número de dias de nevoeiro por ano do que se passa a norte do rio.
E as acessibilidades já estão praticamente construídas se a opção for a Ota ao contrário do que se passará com o Poceirão ou o Rio Frio.
O que os contestatários de hoje - ontem silenciosos, ou até apoiantes da opção pela Ota - podem estar a criar é um conjunto de bloqueios, que prejudicarão gravosamente o país.
Tal como no país vizinho a oposição de direita criou uma estratégia de terra queimada em que importa contestar qualquer decisão governamental, apenas por política politiqueira, a oposição ao Governo tem horror às realizações por aquele assumidas.
Os resultados económicos começam a ser cada vez mais incontestáveis, sendo difícil contrariar o que as próprias organizações internacionais vão concluindo sobre a recuperação operada depois dos desvarios de António Guterres, Durão Barroso e de Santana Lopes.
Tudo se conjuga para uma longa permanência do Partido Socialista no Governo se não se atentar a tempo contra a credibilidade da sua estratégia. E então vale tudo: pôr em causa a integridade do Engº José Sócrates (não resultou a gravíssima campanha antes das legislativas, está a falhar a relacionada com o seu título académico), sabotar os grandes projectos estruturantes da sua governação, agarrar em todos os argumentos para pôr em causa os ministros de verbo menos cauteloso.
O que se está a passar nesta altura com o debate em torno da Ota é mais um triste episódio da tentativa de derrube do único Governo que, nos últimos oito anos demonstrou visão para direccionar o país no objectivo do crescimento e do desenvolvimento.
Que seja mais uma tentativa derrotada é o que muitos - pelos vistos os que dão essa expressão nas sondagens - desejam.
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