Quando se vê um documentário sobre egiptologia há sempre a expectativa de se perceber o que há ainda por resgatar das brumas do tempo.
E foi essa a reacção perante este documentário de Thomas Weidenbach, que acompanha os trabalhos dos arqueólogos da Universidade de Estrasburgo na pesquisa ao chamado

As suas vinte e duas câmaras, ligadas por longos corredores e em três níveis atingem uma profundidade de vinte metros a partir do solo.
Quantos metros cúbicos de terra foi necessário remover para conseguir uma derradeira morada para um mero servidor de faraós, ultrapassando-os em sumptuosidade nesse encontro com o Além?
Trata-se, pois, de um túmulo-palácio do século VII a.C. de concepção labiríntica, com uma enorme riqueza de hieróglifos , passíveis de constituir por si mesmos uma verdadeira colecção de literatura funerária egípcia.
Espanta, pois, que tenha havido um enorme hiato entre a sua descoberta nos finais do século XIX por Johannes Dumichen, só passado mais de um século volte a merecer a atenção científica de novos estudiosos, apostados em descobrir o que se encontra para além dos poços soterrados ou de galerias vedadas por paredes construídas muito depois da sua primeira ocupação.
É óbvio, que nenhuma grande descoberta científica resultará do seu esforço: mesmo nas câmaras ainda por explorar os saqueadores do tempo ter-se-ão antecipado, levando consigo tudo quanto poderia ser-lhes rentável no mercado das antiguidades.
Sem comentários:
Enviar um comentário