A história é conhecida: da conjugação de instrumentistas árabes, israelitas e europeus (sobretudo espanhóis, já que a nossa vizinha Andaluzia teve papel de realce no financiamento do projecto), surgiu a West Eastern Divan

Esse objectivo tão generoso suscita simpatia, sentindo-se a imediata empatia do público para com a Orquestra.
Mas Barenboim não recorre às opções mais fáceis, escolhendo peças muito diferentes das habitualmente escutadas nas temporadas ou nos festivais de música erudita.
No espectáculo de hoje começou-se pela Abertura «Leonore III», opus 72c, que constitui uma das menos utilizadas formas de se iniciar a Ópera «Fidélio» de Beethoven.
Foi, em seguida, a dodecafonia de Arnold Schönberg nas Variações para Orquestra, opus 31, que é de leitura algo indigesta para um público afeiçoado à harmonia.
E concluiu-se, enfim com a Sinfonia nº 6 (a «Patética») de Tchaikovsky, a derradeira por ele composta antes do seu suicídio em 1893,e já elucidativa quanto ao estado turbulento da dilacerada personalidade do compositor.
Uma palavra, enfim, para a direcção do mentor do projecto: magistral a forma como comanda todos os músicos sem recurso à pauta e como dança energicamente no pequeno estrado de costas para o público...
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