Que fique claro: por muito que lhe admire muito do que escreveu, o universo pessoano está-me tão distante quanto o estão as estrelas da constelação de Betelgeuse.
Não possuo estados de alma torturados sobre a existência e todas as questões relacionadas com os destinos pátrios esbarram na minha ideologia internacionalista.
Significa isto que me dispus a ver o «Filme do Desassossego» como obra artística em si sem me preocupar propriamente com o conteúdo filosófico a ele subjacente.

E é esse o argumento para ter gostado tanto do filme: nunca Lisboa foi tão bela nos ecrãs de cinema como neste filme. E só por isso vale a pena vê-lo.
Poderia, é claro, falar da descoberta de Cláudio da Silva como actor a ter em conta em futuros desempenhos. Ou de como outras curtas interpretações (Rita Blanco, Alexandra Lencastre) me pareceram ajustadas ao pretendido. Porque quanto ao desassossego em si deixemo-lo a Pessoa e a quem o continuam a idolatrar.
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