
Vemos, ouvimos, lemos e experimentamos. Tanto quanto possível pensamos pela nossa própria cabeça...
domingo, setembro 27, 2009
A CASA DE BERNARDA DE ALBA

sábado, setembro 26, 2009
A DESDITOSA PÁTRIA DE SENA
Esta é a ditosa pátria minha amada. Não.
Nem é ditosa, porque o não merece.
Nem minha amada, porque é só madrasta
Nem pátria minha, porque eu não mereço
a pouca sorte de ter nascido nela.
PORTUGAL FAZ ALGUM SENTIDO?
quarta-feira, setembro 23, 2009
OS TRIOS DE HAYDN
segunda-feira, setembro 21, 2009
Sobreviver com os Lobos

terça-feira, setembro 08, 2009
Os sonetos de Shakespeare

segunda-feira, setembro 07, 2009
Guerra no Grande Norte
Tudo sítios conhecidos da época em que o Grande Norte norueguês fazia parte dos nossos itinerários estivais por efeito de obrigações profissionais em navios de cruzeiros.
O conhecimento de tais locais - a que acrescentaria outros não referenciados no documentário, mas com história muito intensa no período da Segunda Guerra Mundial como foi Andalesnes - aguçou a curiosidade pelas quase duas horas do filme de Rolf Daubitz e Jens Becker subordinado à «Guerra no Grande Norte».

No final da guerra os territórios norueguês e finlandês terão contribuído com cem mil vítimas para o somatório das vidas perdidas durante o conflito. E sobram muitas histórias dos sobreviventes, que os realizadores ouviram, quer para contar os inauditos sacrifícios por todos padecidos e algumas histórias de relações amorosas estabelecidas no fio da navalha.
O maior mérito do filme é mesmo o de dar a conhecer os efeitos históricos do conflito numa área geográfica normalmente esquecida, quando ele é abordado.
sábado, setembro 05, 2009
Mamma Mia!
Há também filmes do tipo Melhoral. Não fazem bem nem mal.
Vem isto a propósito de «Mamma Mia», o filme com música dos Abba e que dá a Meryl Streep e a Pierce Brosnan a oportunidade para se exercitarem num género a que, por natureza, pareciam avessos.
Produzido pelo casal Hanks estamos em entretenimento puro, com a história de uma rapariga em vias de casar e apostada em ser levada ao altar pelo pai. O problema é que, segundo o diário surripiado á mãe, há três potenciais responsáveis por essa gestação. E ao convidá-los para a pequena ilha grega aonde tudo se passa, gera os equívocos óbvios, que culminam no casamento final, com intervenientes bem diferentes dos inicialmente previstos…
A música ouve-se bem, as vozes não comprometem, o argumento, mesmo que inverosímil, aceita-se numa lógica de mera diversão e assim se passa uma plácida tarde de sábado!
sexta-feira, setembro 04, 2009
COMO SE TRANSFORMAM NOTÓRIOS RÉUS EM VÍTIMAS INOCENTES!
Tal estratégia, hoje evidente, socorre-se da velha máxima nazi em como uma mentira hiper-repetida acaba por passar como uma verdade.
E essa repetição tem a ver com quem domina hoje a informação escrita e televisiva, quem são os seus accionistas, a que interesses se ligam os seus directores, colunistas e comentadores.
A asfixia democrática na informação existe, porque é óbvia a sua pertença a quem controla o capital, excluindo dela quem possa e queira objectivá-la. E assim se entende todo o nervosismo associado ao controle da TVI pela PT, quando nunca se viu qualquer problema com o da SIC por Pinto Balsemão.
Mas os casos de hoje espelham um passo em frente numa estratégia clara, que ainda há dias fora testada com a história da suposta espionagem do Governo ao que se passaria no Palácio de Belém. Já nessa altura surgiu a figura da denúncia operada por um assessor ANÓNIMO do Presidente, o que deveria logo indiciar a suspeita para quem acusava em vez de ser assacada a quem era acusado.
Quando os valores morais eram mais sólidos e a dignidade humana se fundamentava em gente que dava a cara, qualquer denúncia anónima era por si mesma desconsiderada. Agora, nestes órgãos de (des)informação, ela é explorada até à exaustão, porquanto serve os valores de quem assumiu a sua missão por quem lhe paga o ordenado. E se a regra é derrubar o Governo, todos os argumentos são bons.
Ora o primeiro caso do dia 3 foi o de um vice-presidente do Instituto Sá Carneiro, que acusa pessoas anónimas não identificadas, mas relacionadas com o Governo de chantagearem Alexandre Relvas a respeito das suas actividades empresariais.
Variante do caso da semana transacta, temos um acusador parcialíssimo, já que é notório militante do PSD a fundamentar uma acusação sem sentido mas baseado em fontes não especificadas.
E depois, já na tarde do mesmo dia, o caso do «Jornal Nacional» da TVI merece uma análise não menos relevante. Ao que se sabe agora a sua responsável iria aproveitar para, em plena campanha eleitoral, apresentar mais uma das suas reportagens violadoras dos valores elementares da deontologia profissional tendo o caso Freeport como tema. Não é preciso ser bruxo para adivinhar que teríamos mais uma manipulação grosseira de factos à mistura com insinuações sem provas destinadas a prejudicar o Partido Socialista.
Num país aonde o jornalismo tivesse uma ética responsável há muito que a respectiva classe teria denunciado a antiga deputada do CDS como o exemplo paradigmático do que não deve ser essa profissão. Infelizmente, e uma vez mais, embora o estilo profissional de tal criatura desagrade a uma grande maioria de profissionais da informação, não é deles que surge a iniciativa de denunciar como inaceitável o que dela emana.
Que sejam os accionistas a decidirem impor critérios de objectividade na informação oriunda desse canal, evitando o escândalo ético de uma ingerência indigna na livre escolha dos portugueses quanto a quem querem ter a governá-los, eis uma vez mais a inversão da lógica dos acontecimentos, travestindo em vitimas inocentes quem em toda esta história deveria surgir como réus sujeitos a rigoroso julgamento.
Espere-se que os portugueses mostrem a sua lucidez, já demonstrada noutras alturas e votem ao fracasso estas baixas manobras de fazer política.
quarta-feira, setembro 02, 2009
«Alexander Nevsky» de Eisenstein
Já não me recordo em que sala lisboeta o vi pela primeira vez. Tenha sido no Apolo 70, no Caleidoscópio ou no Estúdio do Império, foi decerto em espaço já apenas reservado na memória de quem, nos idos anos 70, se assumia numa cinefilia interessada pelos títulos clássicos do grande cinema soviético.
E este era decerto um dos mais deslumbrantes, apenas ultrapassado pelo verdadeiro monumento cinematográfico, que seria «Ivan, O Terrível». Agora é um dos muitos, que aguardam na minha cinemateca particular a oportunidade para ser reapreciado. Com outra maturidade que, então, mal saído da adolescência, ainda não possuía.
O filme data de 1938 e correspondia a encomenda de Estaline como ferramenta de propaganda contra a ameaçadora Alemanha nazi. Por isso não se olhou a meios, possibilitando ao realizador a sua primeira obra sonora.
O tema era elucidativo: evocar a grande vitória do Príncipe Alexandre, quando a terra russa se viu invadida pelos cavaleiros teutónicos em 1549. O que correspondia a um aviso a Hitler, bem explícita na legenda final: «Quem vier com a espada morrerá pela espada».
Mas, para além dessa temática histórica, que servia de metáfora para uma abordagem ideológica da situação política de então, o filme é uma ópera grandiosa servida pela música de Prokofiev e com um esplendor plástico baseado na organização das suas linhas, das suas figuras e dos seus sons. Nomeadamente a batalha final, que por muito confusa nos pareça, associa os sons das armas, os gritos e as imprecações numa sinfonia visual culminada pela cena memorável do cavaleiro a afundar-se nas águas geladas do lago Peipous.
E não falta, enfim, a grande característica do realizador: essa movimentação coordenada dos milhentos figurantes, que além de dar um sentido colectivo à mensagem, possui um efeito estético superlativo.